domingo, 17 de julho de 2011

Rio de Janeiro: primeiro dia de vida real - 27/7

Cheguei às 5:40 no Rio, depois de um voo com comissários antipáticos, mas sem sobressaltos. Passei no Duty Free tentando manter o foco e escapei de ser parada na alfândega. Graças a Deus, porque abrir aquelas malas depois da bagunça feita pra embarcar em Florença seria um enorme perrengue.

Fui direto pra casa dos meus pais, onde fui recebida novamente com café da manhã digno de resort. Na Itália come-se muito bem, mas nada se compara ao Bibisa & Caita´s Bistrô.

Minha irmã, sobrinha e cunhado vieram se juntar a nós pro almoço e a recepção foi completa. Definitivamente, viajar é bom, mas não há nada como a casa da gente!

Florença: vígésimo dia - 26/7

No dia anterior, havia ficado até tarde fazendo mágicas com as malas e conversando com a Nandi e o Nelson. Por isso, acabei não conseguindo acordar muito cedo e os planos de irmos a um parque perto dali foi trocado por uma última passada no Centro, onde conheci a Biblioteca da Comune de Firenze.

Ela já havia abrigado um convento e era muito simpática. Enquanto a Nandi devolvia um livro, comprei uma Coca-Cola e fiquei contemplando o Duomo, bem próximo dali. No meio dos devaneios, surpreendi-me com a ideia de voltar pra casa. Desta vez, diferentemente do ano passado, a sensação era de que faltou tempo. A saudade antecipada daquela cidade maravilhosa bateu muito fundo.

Tentei quebrar a melancolia observando os vários jovens espalhados pelo jardim central, lendo seus livros e curtindo o clima, mesmo que ainda quente, um pouco mais ameno do que o dos últimos dias.

Passamos na loja de vinhos Zenobini, onde comprei dois Chianti que, a pedido de meus pais, deveriam ser presente pros meus dedicados anfitriões e seguimos pra Piazza San Marco pra retornar. No ponto de ônibus, resolvi experimentar a tão popular granita, uma espécie de refresco estupidamente gelado, típico de Florença. Escolhi um de Narancia e concordei com a Nandi sobre o excesso de açúcar na bebida.

Voltei a tempo de tomar banho, ajeitar os últimos detalhes das malas e saborear o delicioso almoço de despedida, preparado pelo Nelson que muito gentilmente abriu um dos vinhos presenteados pelos meus pais.

Pegamos um táxi, cujo motorista perguntou se eu estava carregando o corpo "dell´amante" na mala, tão grande era o peso.

Já sabia que deveria pagar algum excesso de bagagem, mas, ao fazer o checkin na Alitalia, recebi a triste surpresa de que nem pagando poderia levar excesso. Cada mala deveria ter, no máximo 32 kg. O peso de uma havia dado 35kg e o da segunda 31kg.

Diante da notícia, juntei-me a dois turistas franceses na ingrata tarefa de fazer o milagre da evaporação da bagagem. Teria de passar 1kg de uma mala lotada para outra tão lotada quanto e fazer desaparecerem 2kg da mais cheia. A solução foi entupir minha bolsa tiracolo de chocolates, deixar um dos meus guias com a Nandi e lotar a mala de mão, que só poderia ter 8kg. Uma das malas excedeu 700g, mas a essa altura, a atendente queria mais é se ver livre de mim e de minha bagunça espalhada pelo balcão.

Isso tudo durou horrores e só sobrou tempo pra me despedir rapidamente da Nandi e do Nelson e embarcar. Um nó na garganta e falta de palavras pra expressar minha gratidão por tanto carinho e acolhimento. Só me resta desejar fortemente conseguir um dia retribuir à altura.

O voo pra Roma foi super tranquilo e o único problema foi resistir à tentação do duty free do aeroporto Fiumucino. Nada menos do que um enorme shopping center de delícias fazendo o canto da sereia.

Diante do voo traumático de ida, fiquei com medo do da volta, mas tive a sorte de ficar no corredor, junto de um casal absolutamente discreto.

Providencialmente, o filme Pão e Tulipas estava no menu de clássicos e as imagens de Veneza embalaram meus pensamentos já muito saudosos por aquela terra tão linda. O sono veio tranquilo, junto com as contas que ia fazendo, calculando quando conseguirei dar um jeito de voltar.