domingo, 27 de junho de 2010

Chegando ao Brasil




Cheguei e tinha um banquete dos deuses me esperando na casa dos meus pais! Café da manhã digno de resort!!!

Mais tarde, minha irmã e minha sobrinha vieram pra completar a festa e tivemos um almoço nada menos espetacular! A Europa é o máximo, mas nada como o calor da família pra lembrar como é bom voltar pras raízes da gente, né?

Voltando pro Brasil!

Entrando na sala de embarque, sentei e fiquei tentando me acalmar até que chamassem meu voo. Isso não tardou a acontecer, mas esperei que a fila enorme fosse diminuindo até entrar nela. Afinal, faltando poucas horas pra voltar, meu braço resolveu doer horrores!

Pois foi na hora em que, da fila vi a porta do avião que, pela primeira vez, me deu vontade de chorar naquela viagem. Tinha realmente acabado! Mas não foi uma comoção de pena pelos últimos momentos, porque a aventura foi longa e eu já estava profundamente exausta. Eu ia embora com a certeza de que a viagem terminava no momento em que tinha de terminar. Na verdade, a comoção que eu sentia foi pela realização que eu havia feito. Eu tinha demorado anos desejando, depois meses planejando e, finalmente, 33 dias fazendo. Tinha acabado, tudo tinha dado certo e tinha sido lindo!!! Foi um choro de sincera admiração pelo meu feito, pela experiência formidável que eu tinha conquistado graças ao meu próprio desejo e empenho!

Tantas foram as vezes em que, depois de contar a alguém que iria sozinha e o tempo que passaria fora, ouvi a frase "Nossa, mas você é muito corajosa! Nunca passaria esse tempo todo sozinha!". Pois se eu não fiquei tão sozinha, já que conheci muita gente e fiz maravilhosos amigos, sei que fui corajosa. Talvez menos do que essas pessoas imaginam e mais do que eu me permito assumir na maior parte do tempo.

Agora, fica o desafio de não deixar tudo o que eu vivi se perder nos cantinhos escondidos da memória, esmagado pelo peso da rotina maçante e do dia a dia corrido. Ainda vou ler, reler muito este blog, além de acrescentar detalhes que tinham ficado de fora.

Agradeço muito a quem curtiu e compartilhou comigo esses momentos tão especiais em minha vida!!!

Já estou pronta pra começar a planejar a próxima!!!

A partir de agora, vou postar lembranças de situações que eu acabei não explorando mais por conta da quantidade de informações e da falta de tempo. Só que agora, sem me preocupar com a cronologia dos fatos.

Paris: oitavo e último dia - últimos momentos

Depois que chegamos de Chartres, eu e Marly ainda voltamos à Gallerie Lafayette. Eu queria comprar presentes de dia das Mães pra minha mãe e pra minha irmã. Ela me ajudou a escolhê-los e depois passamos na lojinha de produtos dermatológicos que ela me recomendou, a Yves Rocher. Fiz a festa com shampoos, cremes, maquiagens, esmaltes!

Obviamente, os planos de ir a Montmartre novamente foram descartados. Não havia nem tempo nem fôlego. Além disso, a Marly queria fazer um jantar de despedida e ainda me levar ao shopping de Gonesse pra umas últimas coisinhas que ela não me deixou comprar na GL. Ela afirmava veementemente que as mesmas marcas existiam no shopping e muito mais baratas.

Chegamos na casa da Marly a tempo de que ela temperasse o agnon (alguma coisa de cordeiro) e partimos pro shopping. Comprei mais umas bobagens e passei na farmácia, onde achei as cápsulas de cranberry por que tanto procurei na Espanha. Levei mais umas vitaminas e sabonetinhos. Corremos pra comprar um vinho e voltamos a jato.

Pouco antes de entrar no banho, despedi-me da Carline, irmã da Marly que conheci também em Barcelona (revelado o segredo da origem da Marly: conheci-a e também suas duas irmãs no albergue de Barcelona, quando dividimos o quarto!!). Ela iria passar um ano e meio trabalhando nos Estados Unidos e também era um amor!

A Marly foi terminando o jantar com a ajuda do Joan enquanto eu corria pra tomar banho e arrumar as últimas coisas. Eu havia comprado uma mala bem grande no dia anterior, então foi tranquilo enrolar as quatro garrafas de vinho e acomodar todas as lembrancinhas de murano.

Quando saí do quarto, tinha um jantar maravilhoso me esperando. A tal paleta de cordeiro assada com um talharim ao molho de champignons. A Marly tinha se esmerado porque, além do carinho pela despedida, ela também estava com o orgulho francês ferido. Poucos dias antes ela havia me perguntado onde, nos lugares por que passei na Europa, eu havia comido melhor. Respondi que tinha sido na Itália e ela ficou chocada. Na hora, arrependi-me da minha sinceridade, mas depois de provar aquele agnon, nem tanto. Hehehe.

Hora de partir!!! Ah, que tristeza!!! Acho que só não chorei quando entrei naquele carro porque estávamos absolutamente atrasados. Chegando no aeroporto, foi uma loucura pra achar o portão certo do embarque, porque a sinalização é super confusa. Eu havia feito checkin online, mas ainda tinha de despachar a bagagem.

Depois de muito correr, cheguei suando em bicas no guichê, onde um atendente muito simpático me tranquilizou de que eu estava no prazo. Ao meu lado, tinha uma senhora brasileira chorando desesperadamente, pois não conseguia achar seu passaporte. A sobrinha, que disse morar em Paris, tentava tranquilizá-la, mas a mulher chegava a tremer de nervoso. Tentei sugerir alguns lugares onde poderia estar o documento, mas não tinha jeito. Começando a me preocupar com o meu prazo, desejei boa sorte e fui me despedir da Marly pra embarcar.

Abracei-a muito, agradecendo imensamente e dizendo que estou esperando por ela, Joan e Lucas, seja quando for que eles puderem vir conhecer o Brasil. Dei muitos beijinhos no Lucas, que me abraçou e fez carinha de tristeza. Um fofo!!!

Fui em direção do embarque com uma mistura de sentimentos. Um aperto no peito de saudade de tudo e todos que conheci com uma grande ansiedade de voltar pra minha terra, pra junto dos meus!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Paris: oitavo e último dia - Mais de Chartres

Sei que não dá pra ver muita coisa porque ficou escuro, mas dá pra sentir o clima e ouvir um pouco do órgão.

domingo, 20 de junho de 2010

Paris: oitavo e último dia - Chartres

























Meu último dia em Paris! Eu queria muito completar algumas experiências que ficaram inacabadas, como ter ido à Torrei Eiffel, mas não ter subido nela, ou ter ido a Montmartre, mas apenas à noite, quando todas as lojinhas estavam fechadas e a vista da cidade, embora linda, foi apenas noturna. Mas a Marly tinha outros planos pra mim e foi tão incisiva, que não tive como contornar. Repetindo a incrível generosidade de sempre, tirou o dia de folga pra ficar comigo e me levar a uma cidadezinha chamada Chartres. Combinamos que eu iria a Monmartre na volta.

Acordamos, deixamos o Lucas na creche e seguimos pra estação de Montparnasse, onde pegaríamos o trem pra Chartres. Quando fomos comprar a passagem, tomei um susto com o valor e o tempo de viagem (1hora), mas nada demovia a Marly da ideia, então, vambora! O próximo trem só partia daí a uma hora e meia e a Marly perguntou à atendente antipática se havia algo interessante pra vermos nas redondezas. A mulher com cara de coquinho disse que tinha umas lojinhas e galerias por ali.

Saímos comentando sobre a mulher metida à besta e me deparei com a torre de Montparnasse, que é um dos maiores prédios de Paris. Marly me explicou que só empresas muito chiques tinham escritório ali. Andando mais um tiquinho, vimos um letreiro por que eu estava procurando fazia muito tempo, Galeries Lafayette!!! Mais perfeito impossível! Daria pra eu conhece a tão famosa loja de departamento na janela de tempo do trem pra Chartre! A descoberta nos levou a criticar novamente a atendente nojenta. Custava ela falar que tinha uma Galerie Lafayette ali do lado#

Entramos e fui direto procurar o guarda-chuva que minha mãe havia encomendado. Diante de várias opções, fiquei meio em dúvida do que a Bibisa ia gostar, mas fechei com um estampado bem interessante. Fiquei perdida no meio de tantos cosméticos e perfumes que são minha paixão. Adoro os frascos, as propagandas, os aromas, tudo! Num piscar de olhos o tempo passou e tivemos de correr pra estação.

Chegamos uns 10 minutinhos antes de o trem partir e nos sentamos em assentos que ficavam de lado. A Marly tinha me dado dois folhados de queijo pela manhã que jurava que eu tinha de provar. Eu tinha guardado unzinho. Comi satisfeita meu salgado e ela uns bombons italianos que eu havia lhe dado no dia em que fui à feirinha de degustação.

Um pouquinho antes de uma hora mais tarde, chegamos a Chartres. Fomos diretamente à Catedral, que eu descobri se chamar Notre Dame de Chartres. Foi quando eu entendi a razão porque ela fez tanta questão de me levar lá. Nossa, que espetáculo! Um exemplo perfeito da arquitetura gótica. Pra completar, um pequeno concerto de órgão foi tocado enquanto estávamos lá. Obviamente, tinha muito menos turistas naquela Notre Dame do que a de Paris, o que me fez simpatizar ainda mais com aquela "prima". Depois, a Nandi me confirmou ser uma obra arquitetônica de importantíssima relevância e que eu havia feito muito bem em ter "perdido" duas horas de deslocamento pra vê-la.

Andamos mais um pouco pela cidade, que se revelou charmosíssima. Vários restaurantes lindinhos e pequenas ruelas. Jardins lindos e um canal completavam o visual. Paramos numa lojinha onde comprei um azeite de nozes e as "batatas da Provence" que eram naturalmente azuis. Não eram nada além do que batatas chips, mas azuis.

Não ficamos na cidade mais do que uma hora e quarenta e cinco e tivemos de voltar. Recomendo uma visita mais demorada, com direito a almoço, num passeio completo. No dia em que voltar a Paris, definitivamente retornarei a Chartres.

Chegamos no trem cansadas mais felizes e fomos batendo papo enquanto comíamos o restinho das batatas azuis da Provence. Ai, tava acabando...

sábado, 19 de junho de 2010

Paris: sétimo dia - Museu d`Orsay










Depois da minha melhor sopa de cebola na Europa, segui pro Museu d´Orsay, achando que havia uma leve esperança de ir ainda ao Rodin. Tão otimista...

Atravessei a Boulevard Saint Germain já nostálgica com as paisagens que veria pelas últimas vezes. Acabei resolvendo tirar uma foto do restaurante, pra não deixar de registrar a graça de um Café nas ruas de Paris.

Andei um pouquinho à busca de uma sobremesa (muito pouquinho) e vi uma doceria linda. Escolhi um tartelete de amora absolutamente divino e fui comendo na rua, na direção do d´Orsay.

Lá entrando, fui deixar minha mochila no guarda-volumes, pois não se podia entrar com bolsas maiores no museu. Assim que falei meu tosco "bonjour", o atendente, que deveria ter uns 50 anos, perguntou com sotaque lusitano "Brasileira#". Sorri e afirmei com a cabeça, perguntando "como você sabe#". Ele respondeu "Conheço brasileiros de longe. Hoje é o dia dos brasileiros aqui. Já devem ter passado uns 100 até agora". Trocamos umas palavrinhas, com ele contando que há muito trabalhava na França e que gostava muito dos turistas brasileiros. Agradeci e fui pros meus impressionistas.

Fiquei muito feliz de ter optado ir pra lá. Que espetáculo! Foi uma pena não poder tirar fotos! Assim que entrei, já virei à direita para as galerias dos impressionistas e pós-impressionistas. Nossa, muitos Renoir, Monet, Manet, Seurat, Tolouse Lautrec, Cézzanne, Gauguin e Van Gogh. Esses dois últimos tinham sido reunidos recentemente numa galeria única, dada a influência que cada um teve no trabalho do outro. Foi emocionante poder comparar in loco as pinceladas de cada um.

Havia também muitas visitas guiadas. Eu sempre dava uma coladinha discreta naquelas que falavam Inglês pra ver se aprendia um pouco mais. Estou convencida de que numa próxima viagem vou fazer uma dessas. Meu olhar sobre as obras era de uma deslumbrada que conhece pessoalmente tanta coisa que viu só em livros. Uma visita guiada deve trazer uma perspectiva muito mais interessante sobre elas. Deve ser o máximo!

Tinha uma de estudantes que parou em frente a uma obra de Van Gogh e falava sobre o traçado marcante das pinceladas e que dava a impressão de uma estrada fluindo, em movimento, sugerindo o caminho em direção à casa. Era uma pintura linda, com azuis e amarelos bem fortes.

Ouvi no audioguia um pouco sobre a Madame Cezánne, que apesar de seu gênio muito forte, posou para o retrato feito pelo marido. Afinal, fazia parte de seus deveres como esposa. Fiquei olhando pra aquela obra e podia jurar que tinha uma energia contida naquela placidez toda. Eu viajo muito!! Pensando bem, isso foi no l´Orangerie# Vixe, já tô confundindo tudo! Estou muito arrependida de só escrever esses posts duas semanas depois de voltar. Minhas anotações não estão dando conta!

Além dos Impressionistas e Pós-Impressionistas, ainda tem muita, mas muita coisa linda no d´Orsay. Outras escolas importantes, esculturas maravilhosas e a própria arquitetura do local, que já foi uma estação de trem (vale ver o video do site do museu http://www.musee-orsay.fr/en/collections/overview.html) e tem aquele estilo que quase grita "o ferro se curva à nossa vontade e construímos com ele o que quisermos, inclusive coisas delicadas ao olhar"! Fico imaginando a comoção dos arquitetos com essas novidades na época da revolução industrial.

Quando saí, já eram 18h e não tinha mais como ir ao Rodin. Como era uma quarta-feira e o Louvre ficava aberto até 21:30, fui naquela direção pra ver as obras que não tinha conseguido no primeiro dia.

No caminho, não resisti e passei novamente na pastisserie que tinha o folhado de maçã que eu tinha comido e amado mais cedo. Dessa vez, ele não tinha mais a forma de folha, mas isso não o deixou menos dourado, crocante ou divino. Consegui me conter e levei pra viagem, pois queria saboreá-lo com meu querido Caramel Macchiatto, do Starbuck´s que descobri ser igualmente delicioso, tanto no Brasil, quanto na Europa. Hmmmm... despedidas me dão uma fome...

Daí, bem, tenho uma confissão a fazer. Acabei não indo no Louvre a segunda vez. Estava um sol delicioso e fiquei ali perambulando naquelas ruazinhas charmosas, entrando nas lojinhas de souvenirs, vendo os posteres e fotos e babando nas margens do Sena. Não tive coragem de entrar num lugar fechado com aquele visual e encantamento todo tão perto de ficar tão longe de mim novamente. Eu realmente AMEI Paris!!!!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Torcida brazuca com sotaque francês

Catequizando um futuro torcedor canarinho! Esse é o Lucas, filho da Marly e do Joan. Que saudade!!!!

Paris: sétimo dia - Museu l`Orangerie


















Cheguei no sétimo dia de viagem com a dúvida cruel sobre qual dos museus ficaria de fora das minhas visitas. Muitas coisas lindas ainda a ver e muitíssimo pouco tempo. Ainda tinha o dia seguinte, pois meu voo era só à noite, mas já tinha combinado com a Marly que iríamos a Chartre, que ela insistia como ser uma cidade absolutamente imperdível. Mas isso fica pra outro post.

Diante da questão difícil mas deliciosa, perguntei pra minha consultora altamente especializada em assuntos artísticos, Nandi. À pergunta sobre qual museu eu deixaria de fora entre d`Orsay e l`Orangerie, ela foi taxativa! "Vá ao l`Orangerie, absolutamente!!!!". Além desses dois, ainda queria ir novamente ao Louvre e ao Rodin. Ah, as escolhas da vida!

Saí cedinho com a Marly, deixamos o Lucas na creche e parti pra Paris diretamente pro l´Orangerie. Diretamente, pffffffffffff... Isso é algo absolutamente impossível nessa terra!! Saltei com a Marly na estação Odeon e fui andando na direção do Jardim de Tuileries, onde fica o Museu l`Orangerie. No meio do caminho, passei por uma patisserie e me dei conta de que ainda não havia comido nenhum folheado! Mentira, tinha comido um de queijo que a Marly havia me dado! Mas não tinha comido nenhum doce!!! Parei naquele cantinho pequeno e charmoso, onde o primeiro balcão oferecia doces maravilhosos e sanduíches incrementados. Parei no balcão do fundo, que tinha os pães mais diversos, pastéis e folheados. Entrei numa mini filinha, fiquei saboreando meu penúltimo dia daquele idioma tão encantador e escolhendo minha vítima. Parei numa plaquinha que dizia algo como "choisson" (não era isso, mas lembrava) e "pomme" que eu já sabia significar maçã. Ele tinha uma forma linda de folha, quase uma escultura. Chegada a minha vez, pedi no meu rascunho de Francês horroroso "Bonjúr missiê, ân xoassôn ô pôme, sivuplé!". O homem franziu a testa por um instante, fez uma exclamação de quem tinha decifrado um enigma, pronunciou corretamente o nome que eu acabara de assassinar e colocou a delícia dourada e crocante num saquinho. Paguei menos de dois euros e saí radiante!

Provei no mesmo quarteirão e posso assegurar que foi um dos meus poucos arrependimentos nessa viagem. Arrependimento de não ter fotografado pra nunca mais esquecer aquela delícia!!! Coisa de looooooooooooooooouco!!!! Crocante, mas com cada folhinha derretendo na boca e misturando com aquele creme maravilhoso de maçã, com a medida perfeita de açúcar, até pra quem não é fã de doce muito doce como eu. Lindo e divino! Ai, como sou feliz e muito, muito gorda na Europa!

Cruzei o Sena pela Pont Neuf, onde ainda repeti mais fotos. Era o medo de esquecer aquela beleza toda! Em vez de caminhar pelo Jardim Tuileries (tinha feito isso duas vezes), decidi ir pela rue de Rivoli pra comprar algumas lembrancinhas que tinham ficado faltando. Obviamente, isso me levou ainda mais tempo, mas quem pode resistir a um apelozinho consumista com sotaque francês#

Cheguei no Museu l`Orangerie às 11 da manhã, encontrando um solzinho tímido e uma fila enorme. Resignei-me pensando que a vista durante a espera não seria assim tão ruim de curtir e fiquei esperando. Depois de uns 40 minutos, lá estava eu em frente às Ninpheas de Monet! É um dos mais perfeitos exemplos de como uma obra de arte é indescritível pra quem já a admirava pelas fotos nos livros. Ainda mais no caso de um mestre impressionista, que permite a brincadeira deliciosa de chegar perto e logo depois afastar, comparando as pinceladas marcadas no detalhe e os efeitos de luz que elas provocam à distância.

E são painéis enoooooooormes, com cores lindas! Eu tinha alugado o audioguia e ficava ouvindo as narrações com sotaque lusitano sobre os "verdes profundos" da palheta de cores. Tirei muitas, mas muitas fotos, na vã ilusão de eternizar aquele momento com imagens daquele espetáculo capturadas por mim. Que emoção poder ver uma obra linda daquelas feita pelo meu querido Monet! Pois aquele museu ainda reservava muitas outras: uma exposição do Paul Klee, muitas obras de Renoir, Cezánne, Matisse (que cores lindas) e Picasso!

Fiquei bem umas duas horas abondantes por lá (tinha tempo que eu não usava esse termo!) e saí com pena. Fiquei numa super dúvida sobre se seguiria pro Rodin ou pro d´Orsay, mas o l´Orangerie aguçou minha predileção (minha e da torcida do Flamengo) pelos impressionistas, daí segui pro l`Orangerie.

Mas antes, coisa chata, tinha de almoçar. Minha irmã tinha me ensinado anos atrás de que não se curte nada se algumas necessidades básicas não estiverem satisfeitas, como sono, fome e, bem, banheiro. Pois fui satisfazer a segunda.

Pus-me à tarefa de escolher onde comer e acabei decidindo por um restaurante na Boulevard Saint-Germain, chamado Mucha Cafe. Sentei do lado de fora e decidir dar repeteco na Sopa de Cebola. Foi quando descobri que a primeira que eu tomei estava uma droga; pros padrões de Paris, claro! Essa, sim, estava di-vi-na! Super cremosa e com um pão gratinado daqueles que tem que dar uma forçadinha na colher pra se quebrar a crosta gratinada. Pedi uma taça de vinho tinto pra acompanhar e fiquei xingando silenciosamente o francês chato que fumava do meu lado, com a fumaça indo direto pro meu nariz, estragando um pouco o momento.

Alimentado o corpo, segui pro d`Orsay em busca de mais um pouquinho pra alma. Só que, no meio do caminho tinha uma doceria. Tinha uma doceria no meio do caminho. Dessa vez, escolhi meu doce preferido: tartellete de frutas. Fiquei na dúvida entre amora e morango e optei pelo primeiro, mais difíceis de encontrar no Brasil. Affff! Que delícia!

Essa despedida estava recheada de emoções e as do Museu d`Orsay ficam pro próximo post.