sábado, 19 de junho de 2010

Paris: sétimo dia - Museu d`Orsay










Depois da minha melhor sopa de cebola na Europa, segui pro Museu d´Orsay, achando que havia uma leve esperança de ir ainda ao Rodin. Tão otimista...

Atravessei a Boulevard Saint Germain já nostálgica com as paisagens que veria pelas últimas vezes. Acabei resolvendo tirar uma foto do restaurante, pra não deixar de registrar a graça de um Café nas ruas de Paris.

Andei um pouquinho à busca de uma sobremesa (muito pouquinho) e vi uma doceria linda. Escolhi um tartelete de amora absolutamente divino e fui comendo na rua, na direção do d´Orsay.

Lá entrando, fui deixar minha mochila no guarda-volumes, pois não se podia entrar com bolsas maiores no museu. Assim que falei meu tosco "bonjour", o atendente, que deveria ter uns 50 anos, perguntou com sotaque lusitano "Brasileira#". Sorri e afirmei com a cabeça, perguntando "como você sabe#". Ele respondeu "Conheço brasileiros de longe. Hoje é o dia dos brasileiros aqui. Já devem ter passado uns 100 até agora". Trocamos umas palavrinhas, com ele contando que há muito trabalhava na França e que gostava muito dos turistas brasileiros. Agradeci e fui pros meus impressionistas.

Fiquei muito feliz de ter optado ir pra lá. Que espetáculo! Foi uma pena não poder tirar fotos! Assim que entrei, já virei à direita para as galerias dos impressionistas e pós-impressionistas. Nossa, muitos Renoir, Monet, Manet, Seurat, Tolouse Lautrec, Cézzanne, Gauguin e Van Gogh. Esses dois últimos tinham sido reunidos recentemente numa galeria única, dada a influência que cada um teve no trabalho do outro. Foi emocionante poder comparar in loco as pinceladas de cada um.

Havia também muitas visitas guiadas. Eu sempre dava uma coladinha discreta naquelas que falavam Inglês pra ver se aprendia um pouco mais. Estou convencida de que numa próxima viagem vou fazer uma dessas. Meu olhar sobre as obras era de uma deslumbrada que conhece pessoalmente tanta coisa que viu só em livros. Uma visita guiada deve trazer uma perspectiva muito mais interessante sobre elas. Deve ser o máximo!

Tinha uma de estudantes que parou em frente a uma obra de Van Gogh e falava sobre o traçado marcante das pinceladas e que dava a impressão de uma estrada fluindo, em movimento, sugerindo o caminho em direção à casa. Era uma pintura linda, com azuis e amarelos bem fortes.

Ouvi no audioguia um pouco sobre a Madame Cezánne, que apesar de seu gênio muito forte, posou para o retrato feito pelo marido. Afinal, fazia parte de seus deveres como esposa. Fiquei olhando pra aquela obra e podia jurar que tinha uma energia contida naquela placidez toda. Eu viajo muito!! Pensando bem, isso foi no l´Orangerie# Vixe, já tô confundindo tudo! Estou muito arrependida de só escrever esses posts duas semanas depois de voltar. Minhas anotações não estão dando conta!

Além dos Impressionistas e Pós-Impressionistas, ainda tem muita, mas muita coisa linda no d´Orsay. Outras escolas importantes, esculturas maravilhosas e a própria arquitetura do local, que já foi uma estação de trem (vale ver o video do site do museu http://www.musee-orsay.fr/en/collections/overview.html) e tem aquele estilo que quase grita "o ferro se curva à nossa vontade e construímos com ele o que quisermos, inclusive coisas delicadas ao olhar"! Fico imaginando a comoção dos arquitetos com essas novidades na época da revolução industrial.

Quando saí, já eram 18h e não tinha mais como ir ao Rodin. Como era uma quarta-feira e o Louvre ficava aberto até 21:30, fui naquela direção pra ver as obras que não tinha conseguido no primeiro dia.

No caminho, não resisti e passei novamente na pastisserie que tinha o folhado de maçã que eu tinha comido e amado mais cedo. Dessa vez, ele não tinha mais a forma de folha, mas isso não o deixou menos dourado, crocante ou divino. Consegui me conter e levei pra viagem, pois queria saboreá-lo com meu querido Caramel Macchiatto, do Starbuck´s que descobri ser igualmente delicioso, tanto no Brasil, quanto na Europa. Hmmmm... despedidas me dão uma fome...

Daí, bem, tenho uma confissão a fazer. Acabei não indo no Louvre a segunda vez. Estava um sol delicioso e fiquei ali perambulando naquelas ruazinhas charmosas, entrando nas lojinhas de souvenirs, vendo os posteres e fotos e babando nas margens do Sena. Não tive coragem de entrar num lugar fechado com aquele visual e encantamento todo tão perto de ficar tão longe de mim novamente. Eu realmente AMEI Paris!!!!

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