sábado, 11 de junho de 2011

Assis: quarto dia - 9/6

Assis é absolutamente lindíssima! Posso arriscar dizer que a Catedral de São Francisco de Assis foi a igreja mais bonita que já vi. E olha que eu vi igrejas lindíssimas! São tons de azul, verde e rosa que se harmonizam de uma forma encantadora. O teto é quase infantil, com um tom aveludado de céu, com direito a estrelas. Arcos imponentes com mosaicos delicados do início ao fim. Afrescos de Cimabue e Giotto por onde quer que se olhe. Uma inacreditável combinação de linhas e cors fortes que são suaves ao olhar. Lindo, lindo, lindo!

Bom, dito isso, posso contar que peguei o trem da estação Campo di Marte, bem pertinho da casa da Nandi. Meu anjo da guarda não quis que eu fosse sozinha pegar o trem e me acompanhou. Fomos juntas papeando muito, como amigas de infância que parecemos ser e os 20 minutos andando até o destino foram como 2.

Eu havia comprado as passagens dois dias antes e sabia que não havia horário fixo. Portanto, pedimos informações e descobrimos que o próximo trem era daí a uma hora. Comprei um panino básico (focaccia, mozzarella i prosciutto) e me despedi da Nandi. Aproveitei o tempinho pra dar um rolé ali por perto e achei cerejas lindas e enormes. Comprei um punhado e voltei pra estação.

Vim no trajeto lendo sobre Assis e escrevendo os textos do blog. Saí de Firenze às 12:20 e cheguei a Assisi às 14:40. Fora o vagão sem ar condicionado, a vaigem foi super tranquila. Tive de me segurar pra não não ser ninada pelo balanço do trem e perder o ponto.

Ao chegar, procurei algum centro de informações, mas não achei nenhum. Fui então pro restaurante que havia na própria estação. Falei com a atendente em espanhol (ela falou em espanhol e eu em portunhol) e ela me recomendou um hotel bem próximo à Catedral de São Francisco. Disse que o táxi poderia me levar. Não quis me estressar muito e topei, mas quando cheguei no hotel, vi que a diária era de 70 euros. Preferi dar uma fuçadinha nas redondezas.

Logo de primeira, Assis já me impressionou pela delicadeza e imponência ao mesmo tempo. Fica numa colina, com aquelas torres, muros medievais, cercada de ciprestes e muito verde. Lembrou-me um pouco San Gimignano, mas logo percebi que era uma comparação barata. San Gimignano é linda, mas Assis é lindíssima!

Depois de alguma pesquisa, parei no hotel Rina. A proprietária fez o valor de um quarto duplo pelo de solteiro e me cobrou 45 euros pelo pernoite. Era um quartinho charmosíssimo, com cama de casal e vista pro vale. A atendente, muito solícita, era aquela típica italiana que se imagina. Gordinha, peituda, fala alto pra burro e tem cara de mamma. Bom, ela até cheirava a lasanha, o que é um cheiro bom, mas não pra pessoas. Tadinha, ela era muito atenciosa, mas quando cheguei no fim do dia, ela ainda cheirava a lasanha! Até o mapa que ela pegou e me deu, cheirava a lasanha. Minha mão, depois de segurar o mapa, ficou cheirando a lasanha!
Andei pelo roteiro que ela me indicou, passando pela Catedral de San Francisco, que já descrevi e entrei na Santa Maria Minerva, que foi construída em cima do Templo de Minerva e conserva sua fachada greco-romana. Depois passei por Santa Clara e São Ruffini, que estavam já fechadas, mas fiquei tomando um solzinho gostoso na Praça de Santa Chiara, aonde duas senhoras francesas muito simpáticas se ofereceram pra tirar fotos de mim.

A cidade fica no alto da colina, fazendo com que aqueles cenários medievais de ruas estreitas, casas e muros de pedra se intercalem com paisagens deslumbrantes da Umbria: campos e mais campos verdes, cheios de plantações e ciprestes. O tom areia das construções é quebrado pelas centenas de vasinhos floridos espalhados pelas sacadas, dos mais diversos tipos e cores. Pena eu não conhecer os nomes pra descrevê-las direito. Difícil ver uma sacada que não estivesse florida. O um tempo feio da chegada, inclusive com alguma chuva foi substituído por um sol lindo (finalmente!), que tornou aqueles tons areia em dourados. Ainda assim, foi esfriando bastante ao cair da noite, mas eu simplesmente não conseguia voltar pro hotel. Já estava no limite do bate-queixo, mas fiquei encantada com aquela beleza toda. A vantagem é que, apesar de bem frio, o ar estava extremamente seco. Pra mim, a pior coisa que é o frio úmido, mas Assis não tem esse problema.

Voltei pro hotel lá pras 20:30, tomei um banho pelando e fui jantar no restaurante indicado pela Alessandra. Já eram 21:40 e, quando cheguei a um metro do lugar, ouvi a chave trancando a porta. Chiuso! Acabei comendo uma pizza ali do lado do hotel. Estava gostosinha, mas decepcionante pros padrões da Itália. Ótima massa, mas super econômica no queijo). Acompanhei com vinho tinto e a sobremesa foi tiramisú (o primeiro desta viagem).
Meu quarto ficou ainda mais lindo à noite e super quentinho. Escrevi o final deste texto batendo cabeça. Vou dormir vendo o céu da Umbria, que avisto da minha cama.

Bacione a tutti.

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