Dormi meio mal, um pouco tensa de perder a hora. Acordei antes do despertador, às 7:40 e me aprontei. Já deixei a mochila preparada pra ficar no depósito e desci pra tomar café. Serviram-me um capuccino gigante e um croissant com geléia. Tudo bom, mas nada divino. Não tem jeito, na Itália você acaba muito exigente com a comida.
Fechei a conta, guardei a mochila na recepção e fui ver a cidade. Fiquei tão impressionada com a Basílica no dia anterior que resolvi voltar a ela. Até porque, tinha esquecido de descer pra ver a Cripta de São Francisco. Confesso que fiquei um pouco emocionada, pois ela é bem impressionante também.
No ano passado, eu fiz os mesmos dois pedidos em todas as igrejas em que entrei. Como eles foram atendidos, neste ano, não peço nada, só agradeço. Foi o que fiz, sentadinha nos bancos que dão visão pra onde estão guardados os restos mortais do santo. Não tive coragem de tirar fotos proibidas nas igrejas que não permitiam e vi muitos turistas tirando até com flash. Gente sem educação! Deu vontade de falar com meu italiano "perfecto" "no foto, no foto, no foto", mas fiquei quietinha.
No caminho de Santa Chiara, parei na igreja da Abadia de San Pietro, onde tem um presépio muito bonitinho. Acabei demorando um pouco por lá e quando cheguei em Santa Chiara, estava fechada, só reabrindo às 14h. Aproveitei pra almoçar e ir na direção de São Ruffino, onde não tinha conseguido entrar também no dia anterior. O almoço foi decepcionante também. Não estou dando sorte com a comida de Assis, que estou achando cara demais e abaixo da média deste país. Tentei o panino de porchetta, mas já havia acabado. Daí, peguei o menu del giorno, que começou com uma massa indefinida ao molho de tomate, seguida de carne de porco com batata frita. Na verdade, quando comprei, achei que pudesse escolher o primo e o secondo piatto, mas já era fechado e me ferrei. Mais na frente, tentei um gelato pra tirar a má impressão, mas nada, estava fraquíssimo! Divino mesmo, só uma torta que havia comido num café no dia anterior. Aquele sim, fez jus à gastronomia italiana!
No caminho pra São Ruffino, parei numa lojinha de vinhos muito simpática. Arrependi-me de não ter almoçado ali, mas paquerei alguns vinhos que a dona me recomendou. Ela era californiana e já mora há mais de 10 anos na Itália. Pedi algum exemplar típico da Umbria e me foram recomendados dois que têm a uva sangiovese (que tem na Itália toda), a Merlot (conhecida dos brasileiros) e a ??? típica daquele local. Havia alguns vinhos só com ela, mas eles ultrapassavam meu orçamento. Escolhi duas garrafas e fiquei de buscar na descida porque não queria subir ladeiras com peso.
A questão das ladeiras é um ponto de atenção em Assis. Haja joelho, coxa e coluna! Depois de San Ruffino, resolvi emendar com o Rocco Maggiore, que é um forte no topo da colina. O forte é interessante, mas como a maior parte deles, vale mais pela vista. Esta sim, deslumbrante! Achei a entrada muito cara: 5 euros. Tive medo de subir em algumas torres porque o lugar estava bastante deserto e o fato de estar sozinha sempre me deixa mais cautelosa.
Desci já com a ideia de passar na loja de vinhos, em Santa Chiara e depois pegar minha mochila pra voltar a Florença. Assis é linda, mas eu já estava exausta. A dona da loja me recebeu com um sorriso de quem não acreditava que eu voltasse. Ela acondicionou meus vinhos numa caixa de isopor me recomendando que aguardasse 6 meses até consumi-los, pois ficariam muito melhores. Agradeci a sugestão, dizendo que tentaria, mas, no fundo, sabia que um já morreria naquela noite mesmo, consumido na companhia da Nandi e do Nelson.
Ainda parei na Santa Maria Maggiore, que não achei muito bonita e fui na direção do Hotel Rina. A Alessandra estava na recepção e, felizmente, desta vez não cheirava a lasanha. Ela me ajudou a ver o horário do próximo trem pra Florença e me indicou o ônibus que me levaria lá. Foi só o tempo de comprar um ímãzinho de Assis e correr pra pegá-lo. Aguardei uns 40 minutos até o trem da Trenitalia, que chegou pontualmente às 17:17, conforme previsto.
Sentei junto de umas japonesas tranquilas e comi só umas batatinhas (Pringles mesmo, pois não queria mais me decepcionar com a comida de Assis) com água pra segurar a fome até o jantar. Aproveitei pra tirar um cochilo e atualizar os textos do blog.
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"Como eles foram atendidos, neste ano, não peço nada, só agradeço."
ResponderExcluirLindo...
Eu tb agradeço! Sua amizade e poder "viver" isso com vc.
Vem comigo, entào! Saudades e baci, tanti baci!
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