Resumindo muitíssimo, porque hoje fiz coisa pra caramba: Fui ao museu arqueológico, ao Duomo, ao museu de Arte Moderna, onde vi uma exposição do Chagall. Depois almocei na praça principal, onde fui servida pela paranaense Grazielle. Conheci a bobagem chamada Casa di Giulietta e a Torre. Voltei pro albergue muquifo, me arrumei pra ópera e tive uma dificuldade absurda ao vestir minha calça jeans. Por que será?
Jantei uma gororoba horrorosa que servem por aqui no muquifo. Cheguei várias horas antes do espetáculo porque foi nada menos do que a estreia da temporada de Verona e foi uma experiência maravilhosa, naquela arena lindíssima. Só que, de tão exausta que estava, tive de ir embora no fim do segundo ato. Uma pena, mas estava realmente no meu limite.
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Agora, segue a postagem que tinha ficado devendo...
Dormi muito mal, com as outras hóspedes entrando e saindo o tempo todo do quarto durante a noite e algumas se arrumando pra fazer check out pela manhã. Decidi sair pra tomar café em outro lugar e, quando fui falar na recepção que ficaria mais uma noite, a antipática da atendente insistiu que eu teria de deixar meu passaporte com eles. Respondi que isso estava fora de cogitação, pois era meu único documento. Ela retrucou dizendo que o papelzinho do albergue seria meu documento. Acrescentou que todos os outros hóspedes haviam feito isso e se o atendente do dia anterior havia consentido de me abrir uma exceção, foi uma responsabilidade que ele havia assumido, mas que ela não iria assumir, pois havia regras a serem seguidas. Disse também que qualquer pessoa por ali saberia que aquele papel serviria como documento. Imagina! Uma porcariazinha com o nome do albergue, escrito meu quarto e o nome "Vieira". Nem meu último nome era.
Nada daquilo me convenceu e decidi que, já que não tinha hotel disponível na cidade, se ela mantivesse a posição, eu voltaria àquela hora mesmo pra Florença. Que fosse se danar o fato de eu já ter pago o ingresso pra Ópera. Então, respondi dura, dizendo que se fosse indispensável deixar o passaporte, eu ia fazer checkout naquela hora mesmo. Ela foi irônica dizendo "Oooooooh, so this is a big problem?" e eu respondi "Yes, it is to me!". Ela então suspirou e sugeriu tirar uma cópia do passaporte e colocar no lugar do meu registro, com o compromisso de que, quando eu estivesse dentro do albergue, trocaria pelo autêntico. Não achei que fizesse muito sentido, mas se era a concessão de que ela precisava pra não me encher mais o saco, OK.
Depois da palhaçada da atendente, tomei um cappuccino com uma torta num Café próximo e fui ver o Museu Aqueológico e o Teatro Romano. Nada como umas ruínas bonitas pra melhorar meu dia! Em vez de comprar a entrada só pra aquele museu, resolvi pegar o Verona Pass, que dava direito a umas série de outros lugares que eu queria ver, por um valor muito menor.
Assim, saindo dali, segui pro Museu de Arte Moderna, onde vi uma exposição lindíssima do Chagall. Além das obras, havia vídeos do artista e de colegas seus dando depoimentos.
Já eram quase 13h quando terminei de ver o Chagall, então decidi procurar por uma pasticceria indicada no meu guia, que ficava na rua Capello, por onde eu já havia passado, no dia anterior. Chegando lá, descobri que estava fechada das 12:45 às 15:00!!!! Surreal um lugar que vende comida fechar na hora do almoço. Esses italianos!
Acabei escolhendo um lugar ali perto mesmo e com alguma coisa em Português que eu falei, a atendente conterrânea logo me identificou como brasileira. Seu nome era Grazielle e ela era paranaense, mas como não me deu muito papo, segurei a onda das minhas milhares de perguntas. Coitada, depois vi que eram só duas garçonetes pra um número enorme de mesas. A bichinha estava vermelha que nem camarão com aquele calor todo.
Já que tinha comprado o passe Verona Card, resolvi ver como seria a Casa di Giulietta por dentro. Uma baboseira só, com um ou outro detalhe do filme do Zefirelli, como a cama de Giulietta e a idumentária principal dos personagens.
Interessante foi ver o sistema criado pras cartas a Giulietta. Supostamente, existe de fato um grupo que responde a cartas que chegam do mundo todo, endereçadas à donzela. Sabe-se lá o que vai na cabeça desse povo, mas enfim, encaremos como uma espécie de Mamãe Noel de adolescentes e adultos. Mas, sejamos justos, algumas cartas são bem interessantes e simpáticas, como a de um menino de 10 anos que mora em Qatar e que pede conselhos sobre uma moça de 14, que havia conhecido em Verona e por quem se dizia apaixonado. Ou a de uma afegã que conta sobre um casamento arranjado e sobre um suposto amante, seu verdadeiro amor. Ou seja, se alguém inventa, inventa muito bem, certo?
Logo depois da Casa di Giulietta, segui pra Torre di Lamberti, na esperança de que a escadaria fosse queimar uma boa porção de calorias. Mas acho que nem 20 torres... a calça jeans que penou pra entrar mais tarde revelou a verdade nua e crua do tecido adiposo se alastrando pelo meu corpo. Ou em bom Português, estou engordando pra c...aramba. Mas foram fotos boas as da Torre, afinal de contas!
Fiquei na dúvida se iria dar uma olhada no Castelvecchio, pois já estava dando a minha hora e, com o cansaço se apoderando de mim, decidi voltar com calma ao muquifo. Ótima opção, com paradinhas estratégicas para fotos na Ponte Pietra e gelato de Nociolla e Noce.
Depois, foi só tomar banho de chinelo e biquíni, duelar com a calça jeans (venci!), comer a gororoba do jantar do albergue e ir pra Opera. Vale um comentário sobre o casal de australianos que conheci rapidamente no albergue, já viajando há dois meses pela Europa, com ainda mais dois meses pela frente. O rapaz não iria à Opera, mas a menina sim. Só não fomos juntas porque o atendente que me vendeu o ingresso, disse pra eu chegar muitíssimo cedo e ela ainda iria demorar a se arrumar. Acabei mofando horas por lá, o que acabou comprometendo o programa com um cansaço extremo pouco antes do terceiro ato.
Mas a Opera foi maravilhosa e um gran finale para um dia e tanto!
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