Já chovia quando saímos, eu e Nandi, pra pegar o ônibus. Havia combinado de encontrar a Cristina e a Adriana no Plus Florence, albergue em que fiquei no ano passado e que recomendei pras duas. Peguei um ônibus lotado! Sabia que tinha de saltar na Piazza della Independeza, mas, pra variar, não lembrava que direção tomar da fermata. Depois de rolar uma perdidinha básica, achei meu rumo e encontrei as duas já do lado de fora, me esperando.
Fomos tomar café numa pasticeria lá perto (meu segundo do dia), onde dei uma atualizada rápida no blog, e seguimos pra comprar as passagens de ônibus e trem. No caminho, as meninas se encantaram com os pinóquios de uma banquinha. Compraram com medo de não encontrá-los mais. Em 10 minutos, perceberam que pinóquios de Florença são uma das marcas registradas da cidade. E eu ganhei um chaveirinho pinóquio de presente! Oba, delicioso motivo pra aposentar a tartaruguinha de croché de il Falecido II, que há tempos já merece um descanso.
Chegamos rápido à estação de Santa Maria Novella e até que reconheci com facilidade os pontos de referência. Comprei passagens de trem pra Verona, Assis e elas pra Roma e Veneza. Do lado de fora da estação, em uma companhia de ônibus, compramos juntas as passagens pro Pullman de Siena. No outro extremo da estação, atravessando a avenida, encontramos a companhia que fazia o trajeto pra Lucca. Desta vez, comprei pra mim e Nandi. Isso tudo demorou cerca de 2 horas e, quando estávamos terminando, o telefone da Cristina tocou. Eram os pais das duas querendo dar os parabéns à Adriana. No meio daquela confusão toda, tanto ela quanto Cristina se esqueceram do aniversário. Saímos dali e brindamos com gelatos comemorativos. Eu de pistacchio e elas de nocciola. Desse jeito, ninguém sente falta de vela. Rs.
Fomos até a Igreja de Santa Maria Novella, aonde tiramos algumas fotos e depois seguimos pra reservar Accademia e Uffizzi pro dia seguinte. Eu me senti a própria cicerone de Florença, guiando as duas e apontando os melhores lugares pra se ver. Discípula incondicional da Nandi, a sardinha foi toda puxada pros museus, mas até que conseguimos balancear bem as visitas com comprinhas, lanchinhos e afins.
Depois de comprarmos as entradas (o Uffizzi ficou pra 8:30 do dia seguinte... ai...), fomos almoçar e, no caminho, paramos em algumas lojinhas de couro. Convenci as duas a aguardarem o dia em que iremos na Feira de San Lorenzo, pois foi onde comprei o meu lindinho caramelo no ano passado e saiu muito mais em conta. Mas até eu tive dificuldade em resistir com tantas peças em tons diferentes e texturas maravilhosas.
Almoçamos no Nuti, pertinho do Duomo, aonde o Nelson trabalhou e aonde ele e a Nandi haviam me levado no ano passado. Reconheci o garçon paraibano e, antes mesmo de falar que eu estive lá em maio de 2010, ele exclamou "Eu conheço você. Você já veio aqui, não foi? Não tomou sopa minestrone?". Com essa declaração, fiquei com medo de estar virando lenda nos restaurantes da Itália. Será possível que estou comendo tanto assim?!!!! Daí lembrei que tinha ido com Nandi e Nelson, que era ex-funcionário e cumprimentou todo mundo. Relembrei o fato e o rapaz felizmente recordou da referência. Graças a Deus! Fiquei com medo de ele emendar "E depois da sopa, você comeu...".
Finalmente, pude experimentar a famosa bisteca fiorentina, pois ela tem de ser dividida por causa da quantidade. Nós três a comemos com espinafre e salada de contorno. As meninas acharam um pouco cru demais e o próprio maitre sugeriu de cozinhar mais um pouco. Voltou no ponto. Hum, com vinho da casa e pão ciabatta de entrada... delícia!
Dali, a idéia era ir pra catedral de Santa Maria de Fiori e subir ao Duomo, mas depois de um tempinho bom admirando aquele teto afrescado lindo da Igreja, um novo dilúvio resolveu cair sobre Florença. Acabamos decidindo ir pra um lugar sem fila como o Museu Opera del Duomo, meu preferido, e só mais tarde tentar novamente subir à cúpula.
Foi muito emocionante rever (Rose, lembrei do seu post, que amei!) a Cantoria do Lucca della Robia, a última Pietà do Michelangelo e a minha maravilhosa Madalena do Donatello. Tirei tantas fotos da bichinha, de tantos ângulos e enquadramento que daria pra fazer um book. Eu realmente AMO aquela obra e acho que ela também encantou as meninas, que se fartaram de registrá-la da mesma forma que eu.
Ao sair, estava chovendo fininho e resolvemos dar uma olhada na fila do Duomo. Vazia! Seguimos pra lá e subimos a escada com tonteira e claustrofobia. Pra completar as pobres das meninas estavam com um pouco de asma! Foram várias paradinhas ofegantes até chegarmos ao primeiro nível e depois no segundo. Foi muito bacana ver os afrescos mais de perto, mas não tivemos disposição de subir por dentro da cúpula, pois havia muita gente descendo e nosso lema é não se obrigar a passeios desconfortáveis. Estamos de férias!!
Com as pernas tremendo graças ao "transport fiorentino", empacamos na saída mais uma vez desoladas com a aguaceira que caía. Aguardamos uma leve trégua e corremos pra um café ali perto. Sentamos confortáveis e pedimos chocolates quentes, um drink com café e um docinho folhado de creme di-vi-no! Na hora de pagar, a conta veio com 6 euros a menos do que o valor que havíamos consumido. Falamos com o garçon e ele ficou surpreso quando entendeu que queríamos pagar a mais. Lembrei dos meus pais que, anos atrás, tiveram de entrar numa fila pra devolver uns 40 euros que alguém havia errado na conta. Também tinha sido na Itália.
Já era muito tarde pra visitarmos o Batisttero, então resolvemos ir embora. Tanto ele quanto o Palazzo Vecchio terão de se encaixar em outro dia. Só não me pergunte quando!
Bem alimentadas e quentinhas novamente (sim, está fazendo um friozinho), acabamos dando um rolé por ali até chegarmos a uma lojinha simpática de cosméticos de Milão. Depois de uma meia horinha de diversão consumista e uma mochila consideravelmente mais pesada, seguimos juntas pelas ruas repletas de lojas já fechadas até o albergue das meninas. Elas se impressionaram como as distâncias parecem maiores no mapa. Florença realmente é uma delícia de se andar!
Por volta de 21h, nós nos despedimos, marcando às 8:30 na fila do Uffizzi no dia seguinte. Acabei pegando um táxi pra casa da Nandi, pois o cansaço era muito.
A intenção era dormir cedo, mas já são quase 2h e estou no vício do registro do blog. Não tem jeito! Viagem e blog já viraram um combo de diversão pra mim.
Amanhã tem Uffizzi de manhã, almoço em San Lorenzo, Accademia e Piazza della Signoria à tarde.
Bacione.
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E agora não tem como deixar seus amigos aqui órfãos do seu Blog...! Durma pouco, mas não deixe de escrever.
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Risos...
Lembrete de compras em Firenze - os papéis fiorentinos, acho que so tem ai mesmo! nas outras cidades a oferta é menor e mais cara.
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