Tentamos levantar cedo pras últimas horas em Firenze, mas de
atrações, só foi possível mesmo rever o Duomo por dentro e o impressionante
Battistero.
O Duomo estava lotado de gente como eu nunca tinha visto e
nem adiantava muito aquela gravação de 10 em 10 minutos “shhhhhh... silenzio,
per favore! Shhhhhhh... Shhhhhhh... silence, please! Shhhhhhh...”, pois era uma
barulheira só.
No Battistero, sentamos e ficamos admirando os mosaicos
milenares e maldizendo um casal brasileiro mal educado que falava alto pra
burro, brigando sobre decisões do roteiro. Lembrei de uma figura em 2011, que
gritava pelo centro histórico de Firenze “RodrigoooOOOOOOO, peraí! RodrigoooOOOOOO,
eu quero entrar numa loja aqui, pô!”. Outra lembrança nefasta foi a dos dois
casais que estavam no dia anterior, em Santa Croce, tirando fotos sorridentes
em frente a um túmulo super sombrio, mas que depois passaram por nós falando
alto “... hahaha, pois é, esses japoneses! Acho que o primeiro presente que
ganha um bebê japonês é uma máquina fotográfica”.
Na saída do Batisttero, chovia horrores! Aliás, toda a sorte
que demos com o clima de Roma foi azarado com o clima de Florença. A ideia
inicial, de fazer um piquenique nos jardins do Boboli teve de ser abortado
justamente por causa do tempo.
O chão era uma sucessão de poças enormes e o sapato do
Eduardo não estava dando conta de tanta água. Então, pouco antes de
encontrarmos a Nandi, demos uma voltinha nos arredores de San Lorenzo pra
compra de um calçado mais resistente à chuva. Ponto pra mim que resisti
novamente a dar uma paradinha estratégica nas bancas de echarpes da feira, que
ficavam bem em frente.
Encontramos Nandi e Nelson que nos esperavam pra despedida,
bem em frente à Opera Del Duomo e fomos almoçar. O Eduardo comeu uma pizza al
taglio e eu escolhi um panino. Nenhum dos dois estava muito bom, infelizmente,
mas compensamos com ótimos gelatos próximos à Ponte Vecchio. No caminho, vi
cerejas lindas e comentei que ainda não tinha provado nenhuma e que tinha de
resolver isso logo. Enquanto estávamos na gelateria, Nelson me apareceu com um
pacote das minhas frutinhas preferidas. E olhe que a Nandi já havia trazido um
de meus chocolates preferidos, com recheio de laranja. Não são incríveis meus
amigos florentinos?!
Retornamos ao Bed and Breakfast todos juntos pra buscar as
malas, pois Nandi e Nelson teriam de ir a Santa Maria Novella pra comprar algumas passagens. Ao conhecerem
o Il Magnifico, também adoraram e comentaram com Letizia que as pessoas sempre
pedem indicações e que eles recomendariam o B&B da próxima vez. Ela
aproveitou pra comentar que queria ter aulas de Português e a Nandi respondeu
que já havia dado aulas do idioma por muito tempo, mas que havia parado por
medo de segurança, pois fazia isso em casa e a cidade começou a ficar um pouco
perigosa. Trocaram contatos, então, e a Letizia pediu nosso táxi.
Chegamos com antecedência perfeita em Santa Maria Novella,
pro trem de 14:30. Nandi aproveitou pra listar tudo o que o Eduardo ainda não
tinha visto e reforçamos que desejávamos retornar muitas vezes, ainda mais
agora que ele havia feito novos amigos.
Muitos abraços, lágrimas e risadas depois, subimos no trem
com destino a Veneza, com um sentimento misto de saudades antecipadas e a
ansiedade por estar naquela cidade igualmente linda e romântica.

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