sexta-feira, 17 de maio de 2013

14 de maio: penúltimo dia em Roma


Depois de um dia iniciado às 5 da manhã, que se seguiu com quase 20 horas de muita atividade (sendo que 7 delas passadas num trem sacolejante), concluído com 2 generosos pedaços de pizza al taglio e meia garrafa de vinho tinto, minha insônia foi curada. Desliguei assim que pousei a cabeça no travesseiro e dormi profundamente por cerca de 8 horas.

Na manhã seguinte, depois de um breve relato à Monica sobre o dia anterior, partimos pra um dos passeios obrigatórios de Roma: Coliseu e Forum Romano. Optamos pelo metrô, pois apesar de ambos adorarmos caminhar, queríamos aproveitar o máximo de sol nas atrações. Entramos na Piazza Barberini e fomos até Termini pela Linha A. Lá, trocamos pela Linha B até a estação Colosseo.

Lembrei-me de quando, em 2011, minha amiga Rose havia sugerido que eu fosse ao Coliseu de metrô. Falou como era impressionante, sair da estação e dar de cara com aquele monumento grandioso. Muito sábia, como sempre, a Rose.



 Era outro dia típico de Primavera, o que tornou o cenário ainda mais estonteante, contrastando a cor do mármore antigo, com a terra, o verde das árvores e o azul irretocável do céu. O sol estava bem forte e quente, mas era só chegar numa sombrinha pra refrescar imediatamente. Uma delícia!





Alugamos audioguias e seguimos o roteiro proposto, observando os locais onde os senadores e o Imperador ficavam, além da plebe, absolutamente segregada por castas. Assim como hoje, os locais mais nobres ficavam mais próximos à arena, decrescendo em ordem de importância ao passo em que se subia os patamares.





Vimos as galerias, antes subterrâneas e atualmente expostas, onde eram guardados os animais e por onde muitos gladiadores ascendiam, numa espécie de elevador. Soubemos, também, que essas figuras que povoam nosso imaginário se apresentavam numa média de 2 lutas por ano e viviam até, em média, seus 30 anos. Eram escravos, mas chegando até um determinado número de lutas, ganhavam a liberdade. Curiosamente, alguns homens livres se voluntariavam ao risco de morrer lutando na arena, apenas pela simples possibilidade de ganhar a fama associada ao ato “corajoso”.

Outras informações passadas eram mais comuns, como o fato de que o duelo só terminava quando um dos oponentes tivesse morrido, ou muito ferido. Nesse caso,o imperador determinava se a execução iria até o fim, ou se a vida do derrotado seria poupada. Nesse ponto, o audioguia acrescentou a curiosidade de que os corpos dos gladiadores supostamente mortos eram tocados com ferro em brasa, de forma a desmotivar possíveis fingimentos.

Vimos também a cruz destinada aos cristãos perseguidos e mortos, embora se saiba hoje que dificilmente houve esse tipo de execução no Coliseu. Acredita-se, atualmente, que isso tenha acontecido no Circo Massimo.

Depois, partimos pro Fórum Romano, mas antes resolvemos fazer uma estratégica parada para pizza al taglio com cerveja italiana. Atravessamos a Via do Forum e escolhemos um dos muitos bares da região. Depois, um gelato de Amarenna!



No Forum, não conseguimos pegar o audioguia que, segundo a atendente, já tinha encerrado. Uma pena! Tivemos de nos contentar com nosso Guia da Folha, que só informava os nomes dos principais templos e edifícios, sem dar grandes informações.











Ficamos sentados numa pedra de mármore milenar, admirando as ruínas daquilo que já foi um império poderosíssimo. A brincadeira era tentar reformular mentalmente as construções, a partir de suas bases e colunas. Mas, quando voltamos pro B&B, o Eduardo encontrou algumas animações bem interessantes que têm essa proposta. Aí segue uma, pra quem tiver interesse...


Saímos do Fórum por volta de 18h, pois nossa intenção era ver o Moisés de Michelangelo, que ficava na Igreja de San Pietro in Vincole, na área do Coliseu e assim fizemos. A igreja não estava muito cheia, de forma que pudemos admirar bem de perto a escultura.

Recordei o artigo de Freud sobre essa obra, que me foi emprestado pelo meu pai no ano passado. No texto, o pai da psicanálise analisa cada um dos significados possíveis da estátua, fazendo crer que Michelangelo tentara retratar o momento em que, com as tábuas dos 10 Mandamentos nos braços, Moisés estaria se dando conta da festa pagã em curso pelo seu povo, ao adorarem um animal de ouro, o que iria provocar um ataque de fúria de sua parte.




Vimos também a suposta relíquia que foi o motivo da construção da Igreja. As correntes que teriam algemado São Pedro, enquanto esteve prisioneiro, e que teriam tido suas duas partes separadas e depois reunidas, repousavam num relicário bem ao centro da nave, numa área mais baixa, acessível por pequenas escadas.



Depois, caminhamos pelo lindo anoitecer de Roma, passando pelo Teatro de Marcellus e pela Coluna de Trajano para depois cruzarmos o rio Tibre. Nossa intenção era passer e jantar no charmoso bairro de Trastevere. Ainda passamos pela fachada da linda igreja de Santa Maria de Trastevere, mas já era noite e ela estava fechada.






Procuramos as duas trattorias indicadas pela Monica, que ficavam ambas na mesma rua. Optamos pela Rugatino e lá comemos um penne alla putanesca de primo e eu comi um frango com molho de tomate e legumes grelhados de secondo, enquanto o Eduardo foi de pesce spada com batatas fritas. Bebemos vinho tinto da casa e água gasata pra acompanhar e deixamos a sobremesa por conta de um gelato de pistacchio numa sorveteria próxima.




A aventura gastronômica terminou por volta de 22h, quando retornamos ao Night and Day, ainda passando pra ver a Fontana di Trevi à noite. Estava tão cheia quanto de dia e tão bonita também.

Chegamos no quarto e tentamos ir deitar o mais rapidamente possível pra não dormirmos muito tarde, pois o dia seguinte traria nossa última manhã em Roma, pois partiríamos pra Florença no trem de 13:55.

Estava quase terminando nossa deliciosa passagem em Roma. Que aperto no coração!

Quase arrivederci, cidade eterna!

Um comentário:

  1. Roma e esse céu incrível são inesquecíveis... é um azul diferente, que vai marcar vocês pra sempre!!!
    Adorava andar no Foro Romano, só estar pisando este solo e, como vcs fizeram, contemplar e contemplar... já é tudo!

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