Na volta de Murano, saltei perto de San Marco, vi à luz do sol, uma região bem diferente da que eu estava hospedada. Também por causa do tempo mais bonito, o local estava fervilhando de turistas. Era uma Babel com os idiomas mais diversos. Poucas vezes ouvi Português e, fora obviamente o Italiano, a língua que eu mais ouvi em Veneza, definitivamente, foi o Francês, seguido do Alemão.
Aproveitei a tarde bonita pra conferir os programas obrigatórios que ainda não tinha cumprido, como o interior da Catedral de San Marco toda dourada, em estilo bizantino, os 4 cavalos e o terraço com vista pra praça. Também subi na Torre do Campanário que tem vista 360 graus pra toda Veneza. Que cidade linda!!
A fila pra Torre estava bem grande. O número que cabe no elevador é pequeno, então os grupos vão subindo bem aos poucos. Mais uma vez, uma espertinha veio colando em mim pra furar fila. Assim como um casal alemão nas ruínas de Herculano, esse povo gosta de se aproveitar do fato de eu estar sozinha. Chegam como quem não quer nada, na hora em que estou olhando pra outro lado e se aboletam pertinho. Aos olhos dos outros, parece que estão comigo e eu guardava lugar. Como fico naquela política de não querer barraco em outro país, mordo-me de raiva, mas não faço nada. Dessa vez, era uma senhora de uns 60 anos. Até daria a frente pra ela, mas é uma falta de respeito querer fazer o outro de palhaço. Ficamos as duas colando na pessoa da frente, tentando se colocar melhor e fingindo que uma não percebia a manobra da outra. Uma hora, resolvi parar, pq o cara da frente olhava meio esquisito pelo o ombro e eu fiquei com medo de ele achar que eu estava tentando assaltá-lo. Daí a furona entrou. Falei por cima do cucuruto dela "Safada, conseguiu né! Espero que esteja feliz, sua cara de pau!". Se entendeu, não sei, mas nem olhou pra trás. No entanto, o castigo vem a cavalo (de bronze) e na hora de entrar no elevador, o último a completar o grupo foi o sujeito na nossa frente. Ela teve de ficar pra leva seguinte, como eu! Falei "Rá!!! Se ferrou, gorducha!". Dessa vez, ela não aguentou e deu uma leve olhadinha pelo ombro.
A vista do Campanário realmente é maravilhosa, mas ventava muito e eu acabei ficando bem pouco tempo. Desci com a intenção de seguir pra Galleria dell´Academia. No caminho, pit stop pra um ranguinho: calzone de fungui com presuto e mussarela, acompanhados de uma taça de Barbera. Tudo consumido no balcão, como se fosse um boteco.
Segui pra Academia, me perdendo, no mínimo, umas 3 vezes. No caminho, parei no Instituto Veneto. Vi os salões que havia ainda antes da bilheteria porque já eram lindos e eu não teria mais tempo ou dinheiro pra ver outro museu que não o Academia.
Achei o Academia! Nossa, o museu é enorme e muito impressionante. Senti pena de não ter comprado o audioguide, porque eu não tinha noção do que era realmente importante nem o contexto da maior parte das coisas. Vi uma coisa bem bacana que foi uma história em quadrinhos contando sobre o motivo único e comum para várias pinturas que estavam em um determinado salão. Era o milagre de uma relíquia que havia caído no canal principal de Veneza, mas que foi encontrado. Cada artista tinha sua interpretação visual do acontecimento e foi bacana poder comparar.
Depois de umas 2 horas no Academia, eu já estava com as costas em frangalhos. Saí do museu ainda com ideia de ir a Santa Maria de Salute, mas tive de ir embora pro Albergue, pois o vento estava implacável!
No caminho (em que me perdi umas 5 vezes), parei pra um cappuccino. Fiz as malas, falei com a galera do Brasil e dormi, morrendo de perder a hora pra Florença. Mas deu tudo certo.

ehhhhhhhhhhhhh finalmente o sol
ResponderExcluiré tudo mais lindo, claro
ainda nao andou no traghetoo?
vc ta vendo coisas que eu nem sonhei,
lembra da blusa listrada de gondoleiro.
bjksss