Decolando em Nápoles

Cheguei do passeio a Herculano por volta de 16:30. Já no quarto, liguei o computador na esperança de conseguir me conectar. Mais uma vez, nada acontecia. Fiquei insistindo inúmeras vezes, até que, lá pras 17:30, resolvi esticar um pouco as costas. Acordei uma hora depois, como se só tivesse piscado o olho.

Resolvi ver se alguém na recepção conseguiria me ajudar. Escovei os dentes, penteei o cabelo, coloquei o netbook na capinha, calcei minhas havaianas, peguei meu guia e uma lapiseira. Lá fui eu, na esperança de soluções pra internet e informações sobre o jantar.

Quando estava no terceiro lance de uma escada... vuuuuuupt, plaft! Não sei se foi o mármore bem liso, se foi a havaiana com sola já gasta, ou os dois, mas o fato é que meu pé de apoio perdeu o atrito com o chão e voou do degrau, deslizando que nem manteiga em frigideira. Por uma fração de segundo, pensei "eu não posso estar caindo na escada, não no início da viagem!". Mas podia! Instintivamente, protegi o computador que estava no braço direito e aterrisei me apoiando no braço esquerdo. O resto do corpo não sei bem como chegou.

Passei os primeiros 20 segundos vendo estrelas e rezando pra não ter quebrado o braço. Comecei a mexê-lo devagarzinho, já pensando em como seria ativar o seguro que meus zelosos pais fizeram pra mim. Mas, mesmo com muita dor, deu pra perceber que não tinha sido um grande estrago e que osso nenhum havia se quebrado. Fiquei ali, sentadinha no degrau, por alguns minutos, esperando o batimento cardíaco baixar e uma dor lancinante chegar. Afinal, todo mundo fala que "quando o sangue esfria é que a dor vem". Mas o sangue esfriou e continuou uma dorzinha, mas nada que uma atolada de plantão não conheça e saiba como dominar.

Fui à recepção. Sugeri umas tiras antiderrapantes naquela escada, resolvi o problema da internet (que mais à noite voltou a acontecer) e peguei indicações pra onde jantar.
Voltei ao quarto ainda abalada psicologicamente com o susto e massageando o braço dolorido. Liguei o computador e consegui me conectar, mas como não era o horário combinado, meus pais não estavam aparecendo no Skype. Felizmente, tinha um muito querido por lá. Conversamos um pouquinho, contei sobre o meu dia e, aos poucos, fui ficando mais tranquila.

Três vivas para a internet que diminui as distâncias do coração e Aleluia para o sangue de San Gennaro que amortece as quedas!