terça-feira, 4 de maio de 2010

Despedindo de Nápoles

Fui na direção do ônibus indicado pelo Gaetano, homônimo italiano do meu pai e atendente da recepção. Rapidinho ele veio. Entrando, quis pagar ao motorista e ele fez que não com um gesto, seguido de outro como quem fala "deixa pra lá". Falei "How do I pay#", ao que ele respondeu com um sorriso e outro gesto pra eu não me importar. Fui entrando mega envergonhada e com o povo todo olhando pra minha cara. Pensei, "bom, se o motorista liberou, caguei pra eles!". O ônibus foi passando por lugares muito lindos. Uma hora, vi uma placa na direção de onde eu queria ir, a Piazza del Plebiscito. Perguntei ao velhinho atrás de mim se o ponto era aquele e ele respondeu um mundo de coisas, do que eu só entendi que era o ponto seguinte. Sorri com cara de interrogação, lembrando da cena do Encontros e Desencontros em que o Bill Murray está gravando um comercial japonês e o diretor fala durante uns 30 segundos com ele. O tradutor, então, explica "vire um pouco pro lado".

Saltei no ponto e fui andando em direção à Piazza. De repente, caí num lugar lindo! Tinha o Teatro de San Carlo que é bárbaro. A própria Piazza del Plebiscito é de perder o fôlego. Fui subindo uma rua que, depois, vim a saber ser a Via Toledo e dei de cara com a Galeria Umberto I. No meio da Galeria, que é gigantesca e estonteante, tinha um grupo de garotos jogando bola. Um barato!

Como já passava das 22h e tinha umas placas bem na entrada, fiquei em dúvida sobre a possibilidade de se entrar ou não na galeria. Vinha vindo um vigilante, a quem eu perguntei em inglês se havia problema entrar na galeria e tirar fotos. Demoramos uns 30 segundos a entender o que cada um tentava dizer até que ele resolveu me acompanhar. Muito educado (sem cantada), ele perguntou de onde eu era. Falei "brasiliana" e ele fez cara de surpresa, dizendo que nunca adivinharia e que eu tinha cara piú italiana. Esfregou a pele, como quem achava que no Brasil só tinha gente de cor escura. Vivendo e aprendendo, amigo! Nem toda branquela é européia, nem toda nariguda é italiana!

O sujeito devia ter uns 50 anos e disse se chamar Ciro, ou algo parecido. Foi me falando de todos os lugares maravilhosos que havia em volta. Perguntei onde eu poderia comer o Sfogiatelle sobre que eu li no meu guia da Europa, mas ele disse que todos os lugares bons ali perto já estavam fechados. Indicou-me então um maravilhoso em Santa Lucia, mas eu teria de ir de táxi.
Agradeci e segui sua indicação! Que indicação!!! Pode-se conferir no post acima, onde mostro que, tanto com o Cap. Nascimento, quanto comigo, missão dada é missão cumprida!

Voltei de táxi e, de quebra, vi o mar de Nápoles, além do Porto e de uma série de monumentos maravilhosos. Deu pena de ir embora amanhã sem vê-los à luz do dia, mas como meus pais me ensinaram, visita boa é a que deixa saudades em quem vai e em quem fica.

Um comentário:

  1. Filha, sentimos dizer, mas francês, de forma geral, é meio complicado. Vc notará isso qdo. chegar em Paris. Muito rabugentos. "Se acham". Mas certamente vc encontrará exceções (a esposa do chato do restaurante é um bom exemplo). Relato excelente. Deu bem para sentir a cidade e a sua atmosfera. Continue curtindo muito. Bjs. de seus pais.

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