Depois de me perder um pouco pela cidade (que novidade!), dei de cara com um local que fazia consertos em roupas. Perguntei se eles consertariam minha mochila que vinha perigosamente soltando uma das alças, fazendo um buraco que em breve sairia despejando coisas pela rua. Fizemos uma comunicação via mímica e o atendente me informou que estaria pronto em 5 minutos. Terminado o serviço bem-feito, ele não quis me cobrar.
Agradeci muito e deixei umas balinhas do albergue com eles. Parti com aquele frescor na alma que um gesto generoso da parte de desconhecidos é capaz de provocar na gente.
Achei finalmente a Villa Borguese e entrei pela Via Brasile! Depois de uma passeada, acabei não resisitindo e já fui me querendo me enfiar na Galleria Borguese. A Nandi já tinha me avisado que era cheia de Caravaggios e lindas esculturas do Bernini. Tinha uma fila enorme e um cartaz dizendo "só com reservas". Segui decepcionada, mas, ao retornar ali depois de 15 minutos, já estava vazio. Corri pra bilheteria e a moça me informou que estavam deixando entrar. Lá fui eu toda prosa!
Gente, o que é aquela escultura do Apolo e Dafne? Dá pra ver a roupa do Apolo voando com o movimento, a textura de cada folha da árvore em que a Dafne está se transformando. São todas minuciosamente detalhadas, mas ao mesmo tempo super leves e delicadas. E o Rapto de Prosepina?! O Nelson já tinha comentado como a mão da figura masculina (esqueci quem é) está encravada na coxa da Prosepina, como se fosse carne de verdade. As lágrimas dos olhos dela são realmente líquidas e é possível sentir a tensão da pobre nos pés retesados. Entrei e saí das salas com essas esculturas umas três vezes, no mínimo.
Como se só isso não bastasse o ingresso, ainda vi Rafael, Bonzino, Andrea del Sarto, Boticelli, Rubens, Tiziano e... Caravaaaaaaaaaaaaaggio!!
Depois de uma hora e meia abundante (não me canso dessa expressão italianaaaa!), saí de novo pros jardins da Villa Borguese. Fiquei sem saber muito bem pra onde ir, quando vi um grupo que parecia saber o que fazia. Fui atrás. Não deu outra! Em 10 minutos, lá estava eu na Piazza del Popoli.
Dei uma babada pela harmonia da praça e lá fui eu, seguindo pela Via del Corso! Muito cheia e com muitos turistas! A essa hora, já estava azul de fome e acabei parando num lugar pra comer. Logo vi que era bem pra turista, mas não estava mais aguentando andar e pedi uma pizza com fungui e uma taça de vinho. A pizza veio enorme e deliciosa, mas esfriou em 2 minutos com o vento que estava batendo. Uma pena!
Depois de alma e corpo alimentados, liguei novamente pra Fabíola. Ela combinou de me encontrar no obelisco da Piazza del Popoli em 40 minutos. Fiz uma horinha, tomei um café e segui pra lá. Logo depois chegava aquela menina que eu conheci há muitos anos e que tinha se tornado uma mulher valente, imigrante brasileira batalhando em terras italianas!
Trocadas algumas figurinhas, Fabíola me levou até nada menos do que a Fontana di Trevi. Pegamos um metrô, que foi ótimo pois ela pode me explicar a logística. Rapidinho chegamos na Fontana. Fiquei imaginando a Anita Ekbert ali, dando show pras lentes do Fellini. Linda, linda, linda!
Combinamos alguns programas pro dia seguinte e nos despedimos. Segui pra fermata Termini e em 15 minutos, já estava ligando a super lanterninha de meu cunhado, pra não atrapalhar as meninas que já dormiam no quarto do albergue.
Dia abondante, molto abondante!!!

Esse blog ta muito bom... bota mais fotinha de roma pros pobre vê bota! :)
ResponderExcluirbeijo e divirta-se!