Já eram 15:30 depois que terminei de ajeitar minhas coisas no quarto e de testar a conexão do netbook. Eu estava no ponto pra minha primeira refeição na Itália! Saí em busca de pasta, pasta, pasta!
Perguntei à Vasso uma indicação de restaurante nas redondezas e ela me disse que, por ser Domingo, a maior parte estava fechada. No entanto, tinha um restaurante familiar de um hotel ali perto. Era bem perto, na própria Piazza Garibaldi.
Quando cheguei, vi poucas pessoas no salão, mas todos vidrados no telão que passava um jogo do Nápolis. O garçom já me conduziu dizendo que, pela hora, nem todos os pratos estavam disponíveis.
Pedi então um Gnocci alla Sorrentina (molho de tomate, manjericão e mussarela de búfala). Pra beber, uma meia jarra do vinho da casa. Enquanto esperava, pedi uma entrada que era mussarela de búfala e presunto. Veio um prato enorme com uma bola gigantesca de mussarela, presunto de parma e pão italiano. Cheguei à sábia conclusão de que coisa boa, na Itália, não precisa de sobrenome. O prato era pão, queijo e presunto!
Depois da lauta refeição, parti pra tentar ver o Duomo. Já tinha lido no meu guia que dentro ficava a Catedral de San Gennaro, padroeiro da cidade. Lá se comemorava 3 vezes ao ano um "fenômeno" quando o sangue coagulado de San Gennaro se liquefazia.
Depois de 25 minutos de caminhada, onde parei estrategicamente pra tomar um gelato de Amarena (maravilhoooooooooooooooooooooooso!), cheguei na imponente catedral. Entrei meio que achando que seria bonito e ponto final. Bem, eu me enganei. A catedral é muito linda!! O interior com aquele pé direito altíssimo, aqueles arcos góticos maravilhosos e um domo que parece realmente ser uma espiadinha no Céu.
Comecei a percorrer as laterais, pra ver as obras e as capelinhas mais escondidas. De repente, vi um turista puxar correndo alguém pelo braço, em direção ao que parecia ser uma capelinha. Fui curiosa atrás e me deparei com um padre falando pra uma dezena de pessoas, dentro de uma capela que parecia mais uma caverna do pirata, de tanta riqueza faiscante.
Fui sentando bem na frente, quase que hipnotizada por aquele blablablare, blablablare, blablablare sonoro. Ele trazia nas mãos um artefato dourado (Rose, me ajuda aí. Qual será o nome disso#), parecido com um esplendor e, bem no centro, uma célula de vidro. Dentro da célula que era redonda, tinha uma espécie de forma menor que parecia conter uma espécie de líquido escuro, em tom marrom avermelhado.
Eu tinha chegado justamente na hora em que estava sendo apresentado o supostamente liquefeito sangue de San Gennaro!
Depois de narrar a história do fenômeno que se repete em maio, setembro e dezembro, o padre se aproximou da nave da capela. Quase que imediatamente, o povo, que a essa altura já devia ser de uns 40, correu pra fazer uma fila. Como boa brasileira que sou, corri também pra garantir meu lugar! Numa movimentação igual à da Comunhão, o padre estava encostando o coração de vidro na cabeça das pessoas, como uma bênção. E eu recebi a minha!
Participei com respeito de todo o ritual e rezei com fé, pedindo uma proteção por que minha família muito agradeceria. Ouvi as histórias do Tesoro di San Gennaro (nome da capela) e fiquei super arrepiada com a cripta, situada logo abaixo do altar principal, onde supostamente repousa a cabeça do santo (ele foi decapitado).
Foi uma experiência e tanto! Deu pena de estar viajando sozinha nessa hora. Era a situação perfeita pra passar um jantar inteiro conversando. Sonhei a noite inteira com isso. Ainda bem que tem o blog!!!
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o artefato se chama ostensório, é usado para colocar a hóstia consagrada e fazer adoraçao nas Igrejas, neste caso, está com o sangue do santo.
ResponderExcluirbelezaaaaaaaaaaaaaaa,
abençoada vc já é!!!
Nada como falar com quem sabe! Obrigada! Beijos.
ResponderExcluirVai ver que por isso você não foi ao Vesúvio... continuo com a teoria de que vc deve sair daí o quanto antes... :)
ResponderExcluirO Vesuvio tah quietinho, Fred. Quem anda tossindo demais é o tal do SeilaoqueKull! Muito maneiro o livro que voce indicou. Beijos.
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